Conhecendo melhor a química de seu aquário!
Manter um aquário saudável e estável acaba sendo mais trabalhoso do que muitos imaginam, pois envolve muito estudo! Por exemplo, é essencial que os aquaristas compreendam e gerenciem a química da água. Entender processos como o ciclo do nitrogênio e parâmetros como pH, kH e gH, é fundamental para o bem-estar e sobrevivência dos peixes e plantas aquáticas.
Vamos entender melhor cada um desses fatores!

Ciclo do Nitrogênio

ciclo do nitrogênio é um processo essencial para manter a qualidade da água no aquário. Ele envolve a conversão de compostos nitrogenados tóxicos em formas menos prejudiciais aos animais, e ocorre da seguinte forma:
1. Amônia: Quando os peixes excretam resíduos ou matéria orgânica e se decompõem, a amônia é liberada na água. Em níveis elevados, a amônia é extremamente tóxica para os peixes.
2. Nitrito: Bactérias nitrificantes, como as do gênero Nitrosomonas, oxidam a amônia, convertendo-a em nitrito. Embora menos tóxico que a amônia, o nitrito ainda é prejudicial para os peixes.
3. Nitrato: Bactérias do gênero Nitrobacter oxidam o nitrito, transformando-o em nitrato. O nitrato é muito menos tóxico e pode ser utilizado pelas plantas como fonte de nutrientes. No entanto, níveis muito altos de nitrato podem ser prejudiciais e devem ser controlados através de trocas de água regulares e pela adição de plantas aquáticas que ajudam a absorver nitratos.
Dessa forma, as mídias filtrantes biológicas são imprescindíveis em seu aquário! Essas mídias são materiais com alta aderência para essas bactérias benéficas, e proporcionam uma ampla área de superfície para que elas a colonizem, ajudando a manter uma população bacteriana robusta, essencial para a estabilidade química da água do aquário.

pH, kH e gH

pH indica o grau de acidez ou alcalinidade da água em uma escala de 0 a 14, sendo o pH 7 o neutro. Se ele é menor que 7, o meio é ácido (maior concentração de íons de hidrogênio), se é maior que 7, é básico ou alcalino (menos íons de hidrogênio). Geralmente, para a maioria dos peixes de aquário o pH ideal gira em torno de 6,5 e 7,5, embora algumas espécies tenham requisitos específicos (por exemplo, os ciclídeos africanos que vivem em um ambiente mais alcalino).
É preciso manter o pH da água de seu aquário estável, pois as flutuações podem causar estresse e problemas de saúde em seus animais (inclusive levá-los à morte). Testes regulares e ajustes cuidadosos são necessários para evitar variações bruscas!
Outro parâmetro da água para ficar esperto é a dureza carbonatada (kH), ou reserva alcalina, que indica a concentração de carbonatos e bicarbonatos na água, que atuam como um tampão contra mudanças no pH, visto que são capazes de neutralizar os íons de hidrogênio livres. Um kH adequado ajuda a manter o pH estável, e no caso de não haver uma reserva alcalina adequada, a água tende a acidificar.
Fique especialmente atento à dureza carbonatada de seu aquário caso ele seja marinho e abrigue corais! O kH deve ser mantido tão constante quanto for possível!
Muita gente confunde o kH com outro parâmetro, que é a dureza geral (gH). Ela indica a concentração total de cátions divalentes em solução, principalmente de íons de cálcio e magnésio na água de seu aquário. Uma água com dureza geral baixa chamamos de água mole, enquanto com alta gH é uma água dura.
Esta grandeza também afeta a saúde dos animais, interferindo na quantidade de sais que eles absorvem. Para alguns, o ideal é que seja uma gH mais baixa, como para os tetras, bandeiras e discos, em oposição aos ciclídeos africanos, que demandam uma água mais dura.

Gerenciamento da Química da Água

Testes de qualidade da águaPara manter a química da água equilibrada, os aquaristas devem realizar testes regulares de amônia, nitrito, nitrato, pH, kH e gH. Além disso, as seguintes práticas são recomendadas:
1. Ciclagem do aquário: A ciclagem do aquário refere-se ao estabelecimento inicial do ciclo do nitrogênio antes de adicionar os peixes. Este processo permite que as colônias de bactérias nitrificantes se desenvolvam nos filtros e substratos, garantindo a conversão eficiente de amônia em nitrito e, subsequentemente, em nitrato.
2. Trocas de Água: Realizar trocas de água regulares para remover nitratos acumulados e repor minerais essenciais.
3. Ajustes de pH e Dureza: Utilizar produtos comerciais ou métodos naturais (como a adição de conchas ou turfa) para ajustar o pH, kH e gH conforme necessário.
4. Plantas Aquáticas: Incluir plantas aquáticas para ajudar na absorção de nitratos e contribuir para a estabilidade química.
Ressalto aqui a importância de considerar as necessidades específicas de cada ser vivo ao configurar e manter um aquário, pois diferentes espécies de peixes e plantas aquáticas demandam características químicas distintas na água. Por exemplo, algumas espécies de peixes tropicais prosperam em água ligeiramente ácida e mole, enquanto outras, como os ciclídeos africanos, se dão bem em uma água mais alcalina e dura.

Adaptar o ambiente às exigências de cada espécie é essencial para sua saúde e bem-estar, além de promover comportamentos naturais e uma maior longevidade. Portanto, jamais deixe de conhecer bem e atender às necessidades específicas dos habitantes de seu aquário!

Por hoje é isso. Para mais conteúdos de aquarismo como esse, deixo aqui de sugestão que não deixe de acompanhar o Blog Sarlo e seguir a Sarlo nas redes sociais!

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