
É certo que todo aquarista conhece o guppy com sua roupagem de festa, até porque tamanha maravilha é impossível de passar desapercebida, mas poucos conhecem seus bastidores. Como seria o guppy sem maquiagem, paetês e indumentária de carnaval?
Então, por querer aprender mais sobre as origens da Poecilia recitulata, o guppy, que muitos ainda chamam de lebiste, fui atrás de informação e isso deu no que você lerá a partir de agora. Bora ver o que tem pra hoje!
Guppy ou Lebiste? – histórico do nome
Não sou eu quem dirá como você chamará seu peixinho, mas trago aqui a informação do porquê desse binômio popular. Isso deriva das raízes da nomenclatura científica. Em 1859, quando foi formalmente classificado pela primeira vez, foi nomeado Poecilia reticulata (igual o atual nome), mas anos depois, outro pesquisador achou um peixe parecido, mas com algumas diferenças, em outro lugar, fazendo achar que era outro bicho e deu o nome de Lebistes poecilia. Olha a brincadeira começando aí, rsrsrs.
Em 1866, Robert John Lechmere Guppy trouxe das Américas uns peixinhos bonitinhos e os deu peixes a Albert Günther, que trabalhava no Museu Britânico de História Natural. Pensando que o próprio Dr. Guppy os havia descoberto, em agradecimento, os batizou de Girardinus guppyi.
A primeira luz, digamos assim, veio só em 1909, quando a partir do cruzamento das “diferentes espécies” ficou comprovado que todos os guppies (origens distintas) eram da mesma espécie. Daí o nome foi alterado para Lebistes reticulatus, em 1913, e por fim Poecilia reticulata, em 1963. Deram essa volta toda pra voltar para o nome inicial rsrsrs, mas é dessa história que muitos conheceram o peixe como lebiste ou guppy. Como nenhum deles é nome científico, não fica errado chamá-lo por um ou por outro nome. 😊
Tem só um guppy?
De toda informação obtida sobre o guppy selvagem, acredito que agora é legal a gente começar sabendo o que é um guppy. Não podemos, obviamente, tomar por guppy todas as “poecilias” (peixes do gênero Poecilia), pois nessa mesma classificação temos muitos peixes diferentes, incluindo as molinésias (molly). Observando as classificações por “guppy” em fontes de referência confiável, contabilizei 7 guppies, em dois gêneros:
- Poecilia reticulata (guppy mais popular)
- Poecilia obscura (Trinidad guppy)
- Poecilia wingei (endlers guppy)
- Poecilia picta (swamp guppy)
- Micropoecilia bifurca (amazon guppy)
- Micropoecilia branneri (lemon guppy)
- Micropoecilia minina (guama guppy)
Para termos o mesmo entendimento, quando eu falo “guppy selvagem”, me refiro ao peixe que é encontrado no ambiente natural no qual se originou. 😊
Lembre-se que minha pesquisa não é a que fecha a questão definitivamente, aqui é uma forma de suscitar mais e mais pesquisas; cheguei a este resultado aqui cruzando informações. Para leitura adicional, embora eu tenha achado muitas boas publicações a partir das referências que são vistas na página da Wikipédia, sugeriria começar por um site excelente: emeraldking-aquatics.com – está em inglês, mas um Google Translator resolve isso!
Origem e ocorrência
Então, taí um assunto interessantíssimo.
Guppies são originários da América Central e do Sul. Porém por pertencerem ao aquarismo mundial e por terem uma característica de “ótimos predadores de larvas de mosquito” (= controle de pragas), entre outros, foram disseminados por todo planeta e seu mapa de distribuição é amplo, podendo confundir sobre sua origem (eu linkei uma imagem no site que recomendei a leitura, ao invés de postar aqui, já que não mantenho os direitos ou permissão, ok? É sobre P. reticulata apenas)
Os guppies selvagens não ocorrem apenas em água doce, mas também em água salobra, sendo que há reports de alguns avistados em água marinha, o que já dá uma ideia de sua tolerância. Não se trata de algo genérico, comum a todas as espécies.
Quem é o guppy comercial?
Sabendo já quem é(são) o(s) selvagem(ns), nessa miscelânia de tipos e origens, precisamos entender a procedência para chegar ao peixe que de fato vemos nos aquários. Sendo assim, pode ser que você encontre peixes que vivem num ambiente natural, mas que ali foram introduzidos pelo homem em áreas diferentes das áreas de origem, esses podemos denominar asselvajados (não lembro se “feral” se usa para peixes rsrs). Eles ganham características mais próximas dos selvagens, mas são tradados diferentemente na ciência.
Por fim, os guppies que compramos são variedades advindas de sucessivos cruzamentos e seleções de Poecilia reticulata, mantidas em aquários e tanques de criação, e não os coletados em ambiente natural.
Agora sim estamos prontos para compará-los.
Qual a roupagem do guppy selvagem?
Abaixo trago umas imagens de guppies com coloração e fisionomia selvagem, para que você possa comparar com o que hoje é encontrado nas lojas mundo afora. Se for buscar mais exemplos, verá que existem outros tipos e cores, dependendo da espécie – não pude confirmar a(s) espécie(s) a partir das imagens…mas o bichinho é lindo, mesmo em sua forma mais humilde, olha só:
Guppy Selvagem

Créditos: Basuka site PIXABAY

Créditos: Basuka site PIXABAY

Créditos: Basuka site PIXABAY

Créditos: Basuka site PIXABAY
Guppy comercial
A bela pigmentação já pode ser observada no guppy selvagem (macho), vem em menos quantidade, mas mesmo os mais extravagantes guppies comerciais têm sua origem nesses tipos de guppies selvagens. Li também que a cor mais vibrante ou menos se relaciona ao ambiente que os espécimes vivem, com a presença de predadores, por exemplo, os indivíduos tendem a se mostrar menos vistosos; ao contrário, em lugares onde podem ficar sossegados, mostram-se com cores mais vibrantes.
Há muito ainda a saber sobre os pequenos selvagens, aqui eu trouxe apenas aquela pincelada inicial. Não se contente, continue essa pesquisa, porque é um mundo de maravilhas!
E aí, você conhecia o guppy em seu modo selvagem? Agora, conhecendo, gosta mais ou menos dele?
Agradeço a leitura, espero que ela tenha trazido algum conteúdo interessante. Vejo você no próximo artigo, já já ele chega…até lá!

Com Bravo de Bravura, e não de Braveza, Johnny Bravo (João Luís), escreve para revistas especializadas e para o blog da Sarlo há um cadim de tempo. Nessa jornada Julioverniana, após 20 Mil Léguas de textos, agora ele também desenvolve os roteiros para os vídeos de chamada do Sarlocast, onde você pode ouvir a sensual voz desse aquaman (tradução: homem de aquários).