Não é difícil encontrar a sigla DIY (do inglês Do It Yourself ou “faça você mesmo”) para o aquarismo. Aqui falamos de tudo que pode ser preparado pelas mãos dos aquaristas em substituição a algo que poderia ser comprado em loja ou adaptações/arranjos para certas funcionalidades que não existem no mercado.

A primeira dica já vai de cara: se você precisa logo de um item e não tem expertise, na minha opinião, seria melhor não arriscar e comprar um produto de alguma marca reconhecida, especialmente se estivermos falando de algum projeto mais complexo.

Na minha carreira de aquarista já conheci pessoas que, sem prática e conhecimento, aventuraram-se nesse mundo – um deles virou até lojista (por curto prazo) e deu ruim, sabe por quê? Você já imaginou receber de um lojista um aquário que você encomendou e esse aquário abrir na sua casa porque o silicone do vidro não estava seco ainda – erro básico, mas que desanima e revolta qualquer um. Então, é por detalhes assim que este assunto, como muitos do nosso hobby, precisam ser ponderados antes de dizer que “servem muito bem”.

Tipos de itens DIY

Obviamente podemos já começar comparando certos DIY, como a colagem dos vidros de um aquário e fazer caverninha de canos sob rochas, pois os graus de complexidade são quase incomparáveis. Isso porque para certas coisas uma tesoura ou um encaixe corretos são suficientes para executar, enquanto outras exijam planejamento e cálculos. Por isso dá até pra dividir de acordo com a facilidade.

Fácil (praticamente com o uso de estrutura prontas).

Esconderijos: quando temos peixes que gostam de cavernas e fissuras nas rochas podemos optar por usar canos PVC, com as bitolas adequadas para o tamanho deles; colocamos sob rochas ou enterrado no substrato, com uma saída para a superfície.

Comedouro (bits): esse eu vi, mas achei o uso um tanto quanto questionável. A pessoa pegou uma garrafa pet, fez um corte lateral grande e a pendurou no vidro (dentro do aqua). Ao servir os bits de ração, que caem rápido, o fundo da garrafa os concentra ali e dá tempo de os peixes entrarem (pelo corte) e comerem ali.

Médio (com alguma etapa de preparação)
Luminária: digamos que você não tem uma; com um cano de PVC largo, cortado “di cumprido” (longitudinalmente), você cobre a superfície interna com papel alumínio, instala suas lâmpadas e está pronto; pode ainda usar cabo de aço ou corrente, caso queira deixá-la suspensa.

Decoração: fazer rochas também é comum, especialmente no mundo dos ciclídeos africanos, onde a pessoa junta cascalho e cimento branco e cria rochas no formato desejado; como se trata de um aquário de água dura e alcalina, a influência do cimento na água não é a preocupação.
Sistema de circulação de água: formado por canos de PVC espalhados pelo aquário – normalmente escondidos – ligados a bombas submersas.

Difícil

Sump: aqui é necessário você calcular o volume que o sump precisa ter para cumprir sua função no aquário, saber a potência das bombas a serem utilizadas, pensar nos compartimentos, quedas, facilidade de acesso para manutenção, ou seja, não é um trabalho para iniciantes, eu diria.

Móveis: parece que se resume em firmar bem as pernas e escolher uma madeira que não quebra, mas não é. É ultra importante para quem faz um móvel de aquário entender que a superfície de contato entre o fundo do aquário e o móvel não pode sequer envergar, devido a diferença de plasticidade entre os materiais: vidro e madeira. Deve haver apoios na estrutura que mantenham reta o suficiente para que o isopor debaixo seja suficiente para corrigir pequenas imperfeições.

Filtro – aqui pegam os cuidados com vedação e pressão (bitolas de canos e mangueiras – saída menor, puxada maior; é interessante a utilização de “prensa cabo”); por dentro as mídias pode ser separadas por grades de ralos.

Filtro UV – equivale ao anterior, mas também precisa ser pensada a velocidade da água que passa pela lâmpada UV, que deve ser lenta.

Enfim, vale ou não vale?

Como tudo neste mundo, existem prós e contras. Como pró, vejo que os custos podem compensar ou mesmo a oportunidade de se valer de um item que não tem na sua região; além disso, tomando exemplo dos sumps ou sistemas de circulação ou reposição de água, fica nítido que podemos nos beneficiar com a qualificação e otimização de processos que atuam na melhoria do aquário como um todo. Por fim, podemos considerar o fato do prazer em se desenvolver soluções por si próprio, pois quando encontramos gratificação num hobby, isso atinge seu significado.

Em termos negativos, vejo que às vezes a estética é considerada, por serem, os itens DIY, feios ou rudimentares demais para ficarem expostos numa sala decorada, por exemplo; mas para mim, vejo que o ponto mais considerável são os projetos mal executados, que podem vir como dores de cabeça, desânimo e até desistência do aquarismo. Cabe também ressaltar o uso de materiais não adequados que liberem substâncias nocivas na água.

Na dúvida, opte pelo seguro, no mínimo até você ter mais confiança e conhecimento para explorar esse mundo do “Faça Você Mesmo” no aquarismo – que é muito legal.

Nos próximos artigos, vou trazer umas ideias mais práticas de coisas DIY que acho úteis. Obrigado pela leitura e vejo você no próximo artigo! Até lá!

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