Os aquários marinhos são, sem dúvidas, com suas cores vibrantes e grande diversidade de seres vivos, fascinantes para os amantes do aquarismo e do mundo subaquático. Porém, para os iniciantes, a entrada neste hobby pode parecer desafiadora (e realmente ser), mas com o conhecimento certo, escolhas cuidadosas e manutenção adequada, você pode criar um aquário marinho próspero e bonito.
Vamos então tentar entender melhor os elementos essenciais para aquários marinhos, desde a seleção de equipamentos até a escolha de peixes e a realização de uma manutenção eficiente (sim, é bem mais complicado e custoso que aquários de água doce).
Equipamentos essenciais
Na verdade, antes de qualquer coisa, sua primeira preocupação deve ser adquirir um aquário de tamanho adequado. Recomenda-se começar com um aquário de 200 litros para garantir estabilidade nos parâmetros da água – quanto maior, mais fácil de manter estável.
Além da bomba, assim como em qualquer aquário, o sistema de filtragem é vital para a qualidade da água. Filtros mecânicos, químicos e biológicos ajudam a remover impurezas, resíduos e compostos tóxicos para os animais, mantendo a qualidade da água em dia. No caso dos aquários marinhos, uma peça fundamental para a filtragem é o skimmer: ele gera microbolhas em seu interior, e quem sobe com elas são moléculas de matéria orgânica dissolvidas na água, que transbordam em um copo e podem ser, portanto, removidas.
Claro que também são necessários equipamentos que nos ajudem a controlar a temperatura da água, como um termostato que identifica a temperatura e aciona um aquecedor caso seja necessário, e até um chiller ou uma ventoinha para resfriá-la (cada animal pode exigir temperaturas diferentes!).
Quanto à iluminação, que já é importante em qualquer aquário a fim de simular o ciclo natural de claro/escuro, no caso de aquários marinhos merecem mais atenção ainda. Isso porque em muitos deles há corais, que vivem em simbiose com organismos fotossintetizantes, e a luz é necessária para que eles não percam a capacidade fotossintética.
Para garantir um ambiente estável, é imprescindível realizar testes regulares. Para isso, você precisará de kits de teste de água, de forma que possa monitorar os níveis de salinidade, pH, kH, fosfato, compostos nitrogenados, magnésio, cálcio… sim, são mais parâmetros para se preocupar se comparado a aquários de água doce.
Além disso, a escolha de substrato também deve ser adequada (um exemplo é a areia de aragonita), a fim de fornecer um ambiente mais próximo ao habitat natural. Rochas vivas também são interessantes porque elas não apenas decoram, mas também fornecem áreas para a colonização de bactérias benéficas, participantes do ciclo do nitrogênio.
Escolha de peixes e outros habitantes
Bom, a primeira coisa é que você irá adicionar os animais gradualmente, sem sobrecarregar o aquário com muitos habitantes de uma vez. Além disso, irá fazer uma boa pesquisa sobre o comportamento de cada animal que você deseja, a fim de verificar quais espécies são compatíveis, evitando possíveis conflitos.
Para iniciantes, recomendo optar por peixes mais resistentes e tolerantes, menos exigentes e sensíveis a mudanças, e até com preços mais acessíveis. Algumas boas opções podem ser os Gobies, os Blênios, as Donzelas e os Peixes Palhaço.
Você também pode ir introduzindo, à medida que o aquário amadurece, invertebrados como ouriços-do-mar, estrelas-do-mar e camarões, e até mesmo corais, que sem dúvidas acrescentam muita beleza ao seu aquário! Além da beleza, acrescentam muita dificuldade também, por isso recomendo para aquaristas com um pouco mais de experiência.
E claro, não preciso nem falar que é preciso fornecer uma alimentação adequada e balanceada, atendendo as necessidades de cada animal que você tiver. Além disso, sempre observe seus animaizinhos para detectar sinais de estresse ou doenças.
Manutenção regular
Sobre a manutenção necessária, um dos passos é a limpeza dos equipamentos. Limpe regularmente os skimmers, filtros e bombas para garantir seu bom funcionamento. Limpe também o fundo e os vidros (evitando o excesso de algas incrustadas), assim como em qualquer aquário.
Como já mencionei antes, um hábito obrigatório é monitorar regularmente todos os parâmetros da água, como o pH, a salinidade, a temperatura, a amônia, entre muitos outros. Caso haja algum desvio, corrija rapidamente para evitar problemas.
E aqui está um dos maiores motivos de eu achar aquários marinhos tão complexos: na água do mar, temos praticamente todos os elementos químicos, e eles precisam estar presentes em seu aquário também. Para tal, é preciso comprar sal sintético (que forneça todos os elementos necessários) e misturá-lo na concentração correta à água doce.
Mas pode ser qualquer água doce? Claro que não, caso contrário seria menos complexo. Utilizando a água da torneira ou até mesmo a mineral nós interferimos na concentração de cada elemento presente, o que não pode ocorrer. É preciso utilizar uma água que já tenha passado por um filtro deionizador ou de osmose reversa, ficando livre de íons.
Também é preciso realizar a troca parcial de água (a quantidade e a frequência podem variar de aquário para aquário), onde parte da água é retirada e substituída por água salgada nova. Mas, além da troca parcial, é preciso repor a água que evapora – apenas a água evapora, os sais continuam lá. Portanto, se não houver acréscimo de água doce (de osmose reversa ou deionizada), a concentração de sais ficará elevada, tornando-se prejudicial.