Aquaterrários: construção, componentes e animais ideais

Para quem não conhece, os aquaterrários são ambientes híbridos que combinam elementos aquáticos e terrestres, numa tentativa de imitar certos ecossistemas naturais. Esses ambientes podem abrigar tanto plantas quanto animais, possibilitando a criação de um sistema mais dinâmico e visualmente atraente.

Vamos tentar entender, então, um pouco do processo de construção de um aquaterrário e alguns de seus componentes essenciais, além de algumas sugestões de animais que podem ser habitantes interessantes!

Antes de iniciar a construção do aquaterrário, é importante planejar com cuidado o espaço, o design e o tipo de animais e plantas que serão incluídos. Considere o tamanho do recipiente que você tem disponível, a proporção de área aquática para terrestre e a compatibilidade entre as espécies. Alguns pontos essenciais que você precisa prestar atenção são:

– Escolha do recipiente: um aquário de vidro ou acrílico é o mais comum, mas deve ter profundidade e espaço suficientes para abrigar áreas secas e úmidas.

– Proporção de água e terra: vai depender das espécies de animais e plantas escolhidas. Alguns aquaterrários podem ter 50% de área aquática e 50% de área terrestre, enquanto outros podem variar para atender às necessidades dos habitantes.

– Filtragem e ventilação: o ambiente precisa de filtragem de água e ventilação adequadas, principalmente se for fechado. Assim como em qualquer aquário, a escolha do filtro deve levar em conta a quantidade de água que caberá no espaço.

Uma vez planejado o aquaterrário, é hora de passar para a montagem. Vamos focar, então, em alguns componentes essenciais para criar um ambiente saudável e funcional:

1. Substrato – Na área aquática, use cascalho fino ou areia de rio no fundo para criar uma camada onde as raízes de plantas aquáticas podem se fixar. É importante evitar substratos que possam alterar o pH da água. Já a área terrestre, ela pode ser composta por terra vegetal e musgo, mas claro, sempre dependendo das espécies de plantas e animais que você pretende criar.

2. Separação das áreas – Para manter as áreas de terra e água separadas, use pedras, troncos ou até mesmo uma divisória de vidro ou acrílico. Essa barreira pode criar diferentes níveis e áreas elevadas que permitem que os animais saiam da água, essencial para espécies que precisam de acesso a ambas as zonas.

3. Sistema de filtragem da água – A filtragem é fundamental para manter a qualidade da água e evitar o acúmulo de resíduos, dessa forma torna-se indispensável possuir filtros eficientes, de forma que seja realizada a filtragem mecânica, química e biológica da água do aquaterrário.

4. Aquecimento e iluminação – Algumas espécies tropicais precisam de aquecimento da água e da área terrestre. Termostatos submersíveis podem ser usados na área aquática para manter a temperatura estável, e lâmpadas específicas para répteis e anfíbios, que fornecem raios UVA e UVB, são recomendadas para a área terrestre.

5. Plantas aquáticas e terrestres – As plantas são essenciais em aquaterrários, pois ajudam a estabilizar o ambiente, absorvem toxinas da água e fornecem abrigo para os animais. Plantas como musgo de Java, elódeas e anubias podem ser opções interessantes para a parte aquática. Já para a área terrestre, bromélias, samambaias e musgos são boas escolhas, trazendo um aspecto natural e oferecendo esconderijos para os animais.

A seleção dos animais depende do tipo de ambiente que você quer criar. Aqui estão algumas sugestões de animais populares entre os criadores de aquaterrários:

1. Peixes – Espécies de água doce como os peixes guppy, platy e tetras podem viver na área aquática. Eles são pequenos, coloridos e fáceis de cuidar. No entanto, é fundamental garantir que a área aquática tenha profundidade suficiente e água limpa para a sobrevivência deles.

2. Anfíbios – Os anfíbios são populares em aquaterrários devido à sua necessidade de acesso a áreas úmidas e secas. Sapos, rãs e tritões são exemplos de espécies que gostam desse tipo de ambiente.

3. Répteis – Tartarugas de água doce (conhecidas como cágados), como as tigres-d’água, são boas opções, pois apreciam tanto a natação quanto a possibilidade de sair para áreas secas. No entanto, elas crescem e exigem um aquaterrário maior ao longo do tempo.

4. Invertebrados – Algumas espécies de camarões e caracóis de água doce podem ajudar na limpeza do aquaterrário, comendo algas e restos de alimento, o que pode ser bastante útil.

A manutenção de um aquaterrário exige atenção e cuidados constantes para garantir a saúde do ecossistema criado. Algumas dicas importantes incluem realizar trocas parciais de água, realizar a limpeza do filtro, podar regularmente as plantas (algumas crescem rapidamente e podem ocupar muito espaço), além de sempre monitorar a temperatura e a umidade.

Outra questão importante é sempre realizar uma boa pesquisa sobre espécies compatíveis, visto que algumas não convivem bem juntas, especialmente quando misturamos peixes, anfíbios e répteis. Também evite a superlotação, pois colocar muitos animais pode levar ao estresse e a problemas de saúde. Opte por poucas espécies para iniciar e adicione novas apenas quando o sistema estiver equilibrado.

Por fim, lembre-se sempre de higienizar bem as mãos e as ferramentas que for utilizar antes de realizar qualquer manipulação, visto que muitos dos animais são sensíveis a produtos químicos.

Desejo a todos vocês uma ótima experiência com seus aquaterrários! E para mais conteúdos como esse, não deixem de acompanhar o Blog Sarlo e o Grupo Sarlo nas redes sociais!