Aquário de água-doce com ciclídeos do lago Malawi

Você é novo nesse mundo do aquarismo e está perdido com os cuidados que deve ter? Manter um aquário bonito e saudável não é uma tarefa simples, exige inúmeros cuidados, como em relação à sua limpeza, aos equipamentos necessários e aos parâmetros da água. E caso você não faça a manutenção correta, trago péssimas notícias aos seus peixinhos…

Bom, vamos com calma, passando ponto a ponto por vários cuidados que devemos ter na manutenção dos nossos aquários.

Equipamentos necessários

Peixes costumam ser animais bastante sensíveis a oscilações de temperatura da água. Eles precisam estar dentro de uma faixa ideal de temperatura para que seu metabolismo não seja prejudicado, caso contrário o pior pode acontecer com eles.

Para garantir que a água esteja dentro dessa faixa, você deve ter um termômetro para medir e indicar a temperatura (o que deve ser checado diariamente), mas também é bom que tenha um termostato, que irá regular a temperatura de forma automática (o aquecedor é acionado quando necessário, e desligado quando está na faixa ideal).

Outros equipamentos importantes são as lâmpadas, visto que é importante manter um fotoperíodo (período iluminado) como o que seus peixes encontrariam na natureza (caso contrário, os ciclos circadianos desses animais serão afetados). Pode ser interessante possuir um timer para programar horários para as lâmpadas acenderem e apagarem automaticamente.

Agora, com certeza um dos equipamentos mais importantes a bomba, que puxa a água de um lugar e devolve em outro. Assim, promove sua circulação e, por consequência, a oxigena melhor a água. Além disso, ainda permite que ela seja aquecida de forma mais homogênea e que ela seja levada até o filtro e não acumule sujeira no fundo do aquário.

E, por fim, vamos falar dos filtros, equipamentos mais do que essenciais para aquários. São os grandes responsáveis por manter a qualidade da água, por eliminar substâncias como amônia, nitrito, cloro, cloramina e metais pesados, que, além de afetarem a coloração e o odor da água, são bastante tóxicos aos animais.

Seu filtro deve possuir três tipos de mídias filtrantes: as mídias mecânicas, químicas e biológicas. A mecânica é a responsável por reter as maiores partículas suspensas na água, funcionando como uma peneira; a química, normalmente feita pelo carvão ativado, elimina substâncias tóxicas pequenas; e a biológica, por sua vez, formada por colônias de bactérias, transforma compostos nitrogenados tóxicos em outros menos nocivos.

Inclusive, recomendo que vocês leiam este texto aqui para entender melhor sobre os filtros. Esse equipamento tão importante exige manutenção, limpeza, assim como o aquário como um todo. E já que tocamos no assunto…

Limpeza do aquário na prática

O acúmulo de restos de comida, fezes e excretas nitrogenadas acabam sujando seu aquário, escurecendo a água e prejudicando a saúde dos animais. Então, de tempos em tempos, é preciso limpá-lo. A frequência da limpeza depende do tamanho do aquário, do filtro, da espécie e quantidade de peixes que você tem. Portanto, é importante que semanalmente sejam medidos o pH e a concentração de compostos nitrogenado (há kits para testes), e se estiverem fora do ideal, a limpeza é necessária.

Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que nem a limpeza pode ser exagerada. Não devemos realizar uma limpeza total do aquário. As colônias de bactérias que habitam seu aquário são importantes para o equilíbrio ecossistêmico, principalmente por evitarem o acúmulo de compostos nitrogenados tóxicos. Ao realizar a limpeza total, você elimina todas essas bactérias benéficas, o que não deve acontecer.

Bom, para começar a limpeza, você deve desligar os equipamentos elétricos do aquário, afinal, água e eletricidade não combinam. Em seguida, você pode limpar o substrato com a ajuda de um sifão, que suga as impurezas do fundo como fezes e restos de comida. Para os vidros, o ideal é utilizar um limpador magnético, fácil de usar, não arranha e não exige que você fique colocando suas mãos dentro da água. Mas uma opção beeem acessível para tirar as algas do vidro é simplesmente raspar com um cartão (de preferência um vencido que você não vá mais usar).

Quanto aos acessórios, que também acumulam algas, podem ser higienizados com uma escova em um recipiente com água sem cloro, como a própria água do aquário. É muito importante que sejam evitados produtos químicos, caso contrário seus animais podem enfrentar problemas e as bactérias benéficas podem ser eliminadas.

Aliás, o mesmo vale para equipamentos como o filtro. Sempre limpar apenas com água sem cloro! Falando em filtro, é importante mencionar algo aqui: as mídias químicas e mecânicas acabam saturando depois de um tempo, deixando de exercer seu papel corretamente, sendo preciso trocar o carvão ativado e o perlon/esponja.

E quanto à água? A famosa TPA, vulgo troca parcial de água, é necessária. Como o nome deixa claro, devemos retirar apenas parte da água (de 10 a 30%) antiga e repor com nova. Duas coisas importantes: não trocar mais do que essa quantidade de uma vez, evitando eliminar muitas colônias de bactérias benéficas, e nunca se esqueçam que a água da torneira vem com cloro! Ou seja, antes de colocá-la em seu aquário, use um anti-cloro, ou deixe-a parada por um tempo até o cloro evaporar naturalmente.

Mas bom, tudo isso que eu falei é válido para qualquer tipo de áquario? Os cuidados são sempre todos iguais? A resposta é não: caso você tenha um de água salgada, alguns cuidados especiais precisam ser tomados!

Aquário marinho e sua manutenção

Muito do que já falei também serve para aquários marinhos, como necessidade de iluminação, termômetro, termostato (um chiller ou ventoinha para resfriamento também é interessante), bomba… mas há várias diferenças também. De forma geral, este tipo de aquário é mais trabalhoso e custoso. Manter a estabilidade do ecossistema se torna uma tarefa mais difícil nesse caso.

Para começar, deve-se possuir equipamentos e móveis que não estraguem/enferrujem facilmente com a salinidade. Quanto às peculiaridades desses aquários, destaco a necessidade de um sump, que é um recipiente acoplado na traseira do aquário ou logo abaixo dele (dentro do móvel). No caso, há um movimento da água de forma cíclica: ela é drenada do tanque para o sump, e depois retorna ao aquário graças à bomba de recalque.

É no sump que deixamos uma série de equipamentos, como as mídias filtrantes, reatores (como de cálcio), caixa de reposição de água, refúgio (onde podem se desenvolver macroalgas e microfauna) e o skimmer, que retira moléculas orgânicas da água.

Ilustração de um sump localizado no móvel abaixo do aquário marinhoMas claro, a grande diferença entre aquários marinhos e os de água-doce tem a ver com os cuidados com a água, visto que uma é salgada e a outra não. Nos marinhos, é preciso comprar um sal sintético que irá oferecer todos os elementos necessários, o qual deverá ser misturado à água-doce na concentração correta. E aí temos mais um cuidadinho necessário com essa água-doce.

Para garantir que a concentração de nenhum elemento químico será afetada, não utilizamos a água da torneira diretamente. Ela precisa passar por um filtro deionizador ou de osmose reversa, garantindo que você tenha uma água mais pura. Feito isso, a TPA pode ser realizada com a água salgada que você produziu.

Mas, no caso dos aquários marinhos, a TPA não basta. É preciso repor a água que evapora, água-doce mesmo (lembrem-se: a que já passou por osmose reversa ou deionização), pois, sem esse acréscimo, a concentração de sais fica elevadíssima.

E, por fim, assim como nos de água doce é preciso realizar testes, mas neste caso é preciso checar mais parâmetros. É importante medir, por exemplo, além do pH e compostos nitrogenados, o cálcio, magnésio, fosfato, salinidade… enfim, precisa ficar de olho em mais informações!

Esses são só alguns cuidados que você precisa ter com o seu aquário. Lembre-se sempre de estudar bem sobre o tema para não acabar prejudicando seus animais. Para isso, não deixe de acompanhar o Blog Sarlo e o Sarlocast para mais conteúdos de aquarismo!

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