A morte de qualquer ser vivo é algo normal e inevitável, é claro, mas não deixa de ser triste quando perdemos nossos bichinhos (então sempre queremos que eles vivam o máximo de tempo possível e que só morram de velhice mesmo).
Mas infelizmente, não é o que acontece muitas vezes. Diversos fatores podem levar seus peixes à morte precoce, visto que aquários são ecossistemas delicados e exigem manutenção adequada.
Entre os motivos que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos seus animais podemos citar a má preparação do aquário, as más condições da água, a superpopulação, a alimentação inadequada, o estresse e as doenças/infecções. Todos esses fatores podem levá-los à morte, sendo importante, portanto, que estejamos sempre atentos.
Agora vamos entender um pouco mais sobre cada um deles e como evitá-los!
Má preparação do aquário
Antes de adicionar os peixes ao seu aquário, é preciso que seja realizado um processo chamado de ciclagem. Durante esse processo, ocorre o estabelecimento de colônias de bactérias benéficas nas superfícies do aquário, como no filtro, no substrato e nas decorações. São essas bactérias que realizarão a conversão de amônia em nitrito, e, posteriormente, em nitrato.
Quando um aquário é montado, ele carece da presença dessas bactérias do ciclo do nitrogênio, então ao adicionar peixes imediatamente, seus resíduos como fezes e restos de comida liberam amônia durante sua decomposição, a qual é tóxica aos peixes em concentrações elevadas.
A ciclagem do aquário pode levar de algumas semanas a até um mês, dependendo das condições. Durante esse período, é importante monitorar os níveis dos compostos nitrogenados utilizando kits de testes.
Portanto, é importante esperar que esse processo ocorra para que o aquário fique bem maturado, que as colônias de bactérias se estabeleçam, evitando altas concentrações de amônia. Caso contrário, este pode ser o motivo da morte de seus peixes.
Más condições da água
A qualidade da água é um dos fatores essenciais para manter seus peixes saudáveis. É preciso garantir que seus mais diversos parâmetros estejam dentro dos valores ideais, como sua temperatura, pH, dureza, concentrações de amônia, nitrito, nitrato, etc.
Os valores ideais destes parâmetros não são universais, depende das espécies que estão sendo criadas! Portanto, é preciso estudar quais são as necessidades dos seus peixes, por exemplo quais temperaturas e pHs eles suportam. Torna-se necessário realizar, semanalmente, testes para verificar os parâmetros mencionados.
Para regular a temperatura, é importante ter um termômetro e um termostato. Você pode ter um chiller ou um aquecedor caso ache necessário. Para manter a água limpa, além de realizar periodicamente trocas parciais da água, é importante manter o sistema de filtragem sempre em dia (o que inclui as mídias mecânicas, químicas e biológicas), já melhor explicadas em outros textos deste blog.
Superpopulação
Ter um número excessivo de peixes em um aquário pode sobrecarregar seu ecossistema, resultando em uma série de condições prejudiciais aos animais, como escassez de oxigênio, aumento de resíduos, competição por recursos e brigas entre indivíduos.
Portanto, é preciso sempre analisar o tamanho de seu aquário, o tamanho de seus peixes e seu comportamento, para evitar que tenha mais peixes do que seu aquário é capaz de suportar. Aliás, também é importante verificar a compatibilidade entre as espécies que deseja criar.
Alimentação inadequada
Ração em flocos para peixes
A alimentação escassa ou em excesso pode levar a distúrbios nos peixes, como problemas digestivos e falta de nutrientes necessários. É importante oferecer uma dieta balanceada, adequada às necessidades específicas de cada espécie. É importante verificar também que tipos de alimentos devem ser oferecidos (ração em flocos, ração granulada, alimentos congelados ou até mesmo vivos, etc.).
Há um outro motivo para evitar o excesso de alimentos: eles acabam se acumulando no fundo do aquário e podem se decompor rapidamente, aumentando a concentração de compostos nitrogenados tóxicos na água. Assim, para evitar um pico de amônia, é melhor que não fique sobrando muitos restos de alimento no aquário.
Estresse
Algo que pode levar muitos animais à morte é o estresse, que pode resultar de diversos fatores como falta de esconderijos adequados, iluminação excessiva ou insuficiente, presença de predadores, mudanças bruscas nos parâmetros da água, excesso de indivíduos no ambiente, incompatibilidade entre espécies, entre outros.
O estresse contínuo pode afetar a frequência respiratória, cardíaca e pressão arterial dos animais, e acaba enfraquecendo seu sistema imunológico. Devido à imunossupressão, ficam mais suscetíveis a infecções e a desenvolver doenças, o que será melhor explicado a seguir.
Doenças e infecções
Assim como nós, os peixes também podem ficar doentes. A introdução de plantas infectadas com parasitas ou de peixes infectados e doentes, a falta de higiene adequada, o estresse prolongado, os parâmetros inadequados da água, a alimentação incorreta e as interações agressivas entre os peixes podem aumentar a chance de ficarem doentes.
Desta forma, é sempre importante ficar atento aos sinais de doença que eles podem acabar apresentando, como mudanças comportamentais, manchas, úlceras, inchaço, dificuldade para respirar ou para nadar… quando for o caso, é necessário consultar um veterinário para obter tratamento adequado.
Quando há um indivíduo doente, é importante separá-lo dos demais, tratando-o sem colocar a vida dos outros em risco. Inclusive, ao adquirir um peixe novo, é altamente recomendável mantê-lo em quarentena por uma ou duas semanas, e só após esse período juntá-lo aos demais (é sempre importante ter certeza de que ele não está com nenhuma infecção).
Portanto, de forma resumida, para evitar a morte precoce e desnecessária dos seus peixes, é fundamental fazer uma pesquisa sobre as necessidades específicas de cada espécie, realizar testes regulares da água, oferecer alimentação e ambiente adequados, estar atento a quaisquer sintomas de doença, entre outras coisas explicadas neste texto.
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